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Brasil

Vício em Bets: aposta perdida

  • Redação
  • 19/06/2025
  • 16:30

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Ana Clara Mendonça (*)

Rumores de que o jornalista esportivo Leonardo Bertozzi, comentarista dos canais ESPN, estaria internado numa clínica de reabilitação após gastar cerca de R$ 2 milhões em apostas on-line, conhecidas como bets, voltou a acender o alerta sobre o tema. Dados da Fiocruz estimam que mais de 3,5 milhões de brasileiros já apresentam sintomas relacionados ao vício — até o primeiro trimestre de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) já havia registrado mais de 1.300 atendimentos de pessoas que desenvolveram dependência de jogos.

Leonardo Bertozzi – Foto: Reprodução

Manoel Vicente Vieira, de 69 anos, é outra vítima da falsa ideia de dinheiro fácil. Começou a apostar aos 17 anos e já está há cinco meses em tratamento. Torcedor do Vasco da Gama, ele conta que sempre gostou de baralho, passou para o jogo do bicho, até chegar às casas de apostas na internet. Mas logo deixou este último de lado. “Nunca joguei os jogos que aparecem em propagandas porque não sei como fazer. Mas se eu soubesse jogar on-line, eu faria”.

Em 2024, a compulsão o fez pegar um empréstimo de R$ 19 mil. “Durante um ano, joguei e não consegui nada. Jogava tudo, perdi meu salário e o dinheiro do empréstimo”, relata Vieira. Com a vida financeira caótica e sem condições de parar de apostar por conta própria, o álcool e o cigarro viraram refúgio.

Manoel Vicente Vieira – Foto: Arquivo Pessoal

“Um vício piorava o outro. Tinha semanas que eu não trabalhava por estar muito deprimido. Tudo que eu fazia era pensando em jogar”, afirma. Diante da situação, Vivian Vieira, de 44 anos, filha de Manoel, passou a controlar os gastos do idoso e o levou para morar próximo dela.

Problema de saúde pública

O psicólogo André Machado afirma que as apostas se tornaram um grande problema de saúde pública no Brasil. “Elas afetam, principalmente, as classes mais pobres. É bastante negligenciado o impacto que esse vício causa”, avalia.

Ele aponta que o vício tende a ser percebido quando há um hábito em particular. “A pessoa entra numa mentalidade de recuperar o prejuízo. O apostador que se entrega para isso está numa situação terrível. A partir daí, vai se afundando mais e mais”, menciona, lembrando que a maioria dos pacientes só procura tratamento quando atinge o colapso financeiro. 

“A intervenção externa de um parente é frequentemente necessária. Em casos mais graves, é preciso delegar a autonomia financeira do paciente a outra pessoa”, completa. Para um tratamento ideal, o primeiro passo, revela Machado, é substituir o costume de apostar por outro, como caminhar, realizar atividades lúdicas ou algo que gere sensação de prazer.

Futebol em alta

Do ponto de vista econômico, o educador financeiro e sócio fundador da Vante Invest, Davi Ramos, pontua que parte da economia brasileira se adaptou ao investimento recebido por casas de apostas, abrindo uma nova fonte de receita. Hoje, 90% dos clubes de futebol da Série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por casas de apostas. Isto representa cerca de R$ 630 milhões ou 13% do faturamento das agremiações.

Neste cenário, ele adverte que regulamentações em excesso podem minar os investimentos no esporte mais consumido no país. “O mercado de bets revolucionou o financiamento do futebol brasileiro. Se forem impostas restrições severas, há grande risco de colapso financeiro”.

COMÉRCIO – Por outro lado, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) indica que o varejo foi prejudicado com a entrada das casas de apostas na cadeia econômica. A estimativa da entidade é que, em razão do direcionamento do orçamento familiar para apostas, o setor perdeu cerca de R$103 bilhões de faturamento em 2024.

Davi Ramos pondera que as autoridades brasileiras podem seguir dois caminhos. Um deles, com regras claras, fiscalização e tributação eficiente, é que as bets podem contribuir para a arrecadação pública, impulsionar empregos formais e reduzir atividades ilegais. 

Já o outro, se mal conduzido com brechas legais e marketing sem fiscalização, pode ampliar ainda mais o endividamento da população, incentivar a lavagem de dinheiro e prejudicar o ambiente esportivo. “É um debate que precisa ser encarado com seriedade e responsabilidade, ouvindo todos os atores envolvidos”, resume.

Regulamentação: Senado restringe propaganda

Na esteira de se propor uma regulamentação, o Senado Federal aprovou, em 28 de maio, um projeto de lei que pretende restringir propagandas de casas de apostas no Brasil. De acordo com o texto, atletas em atividade, atores, comunicadores e influenciadores ficam impedidos de fazer publicidade para casas de apostas. 

A norma determina, ainda, a veiculação de frases sobre os malefícios do vício em apostas, além de estabelecer horário em que as peças publicitárias podem ser veiculadas. O PL 2.985/2023, agora, precisa ser ratificado pelos deputados para valer como lei.

No dia 12 de junho, contudo, a própria Casa rejeitou, por quatro votos a três, o relatório da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que previa o indiciamento de 16 pessoas, incluindo influenciadores digitais e empresários do ramo.

(*) Estagiária sob a supervisão de Tácido Rodrigues

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