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colaboradores, Política

Venezuela: o que está em jogo?

  • Júlio Miragaya
  • 31/07/2024
  • 08:28

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O que ocorrerá na Venezuela nos próximos dias ou semanas é uma incógnita. Não se descarta, inclusive, a possibilidade de uma guerra civil. Por ora, vamos aos fatos. É amplamente reconhecido que o processo de votação venezuelano é bastante seguro, com o voto em urna eletrônica, como no Brasil. Diversas organizações internacionais, como o Carter Center, atestam essa legitimidade.

Ocorre que algumas dúvidas sobre a lisura no processo eleitoral foram geradas pela precipitação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A primeira foi ter proclamado a vitória de um dos candidatos (no caso, de Maduro) sem ter divulgado os boletins de urna. Está correta a posição do governo brasileiro, assim como da Colômbia e do México, de só reconhecer a vitória de Maduro após a divulgação de todas as atas eleitorais.

A outra, tão grave quanto, foi a dúvida suscitada sobre os resultados divulgados, se são totais ou parciais. A declaração do CNE, na tarde de segunda-feira (29), foi de que foram apurados 80% dos votos e que Maduro recebeu 5.150.092 votos (51,2%); Gonzáles 4.445.978 (44,2%) e os demais candidatos 462.704 votos (4,6%) num total de 10.058.774 votos válidos”.

Mas a totalização é total ou parcial? Se parcial, faltariam computar 2,51 milhões de votos, tornando precipitado proclamar um vencedor sendo a diferença entre os candidatos de 704 mil votos. Do mesmo modo, é absolutamente leviano a líder direitista Maria Corina Machado declarar que a oposição venceu a eleição com 70% dos votos e em todos os estados.

Com base em que informações ela declara isso, se ela própria diz não estar tendo acesso aos boletins de urna? O fato é que a oposição vinha, desde antes, através de pesquisas eleitorais “de encomenda”, preparando o terreno para questionar o resultado das eleições, caso fosse derrotada.

E o que é a oposição “democrática” venezuelana?

É a mesma que deu um golpe de estado contra Chaves em 2002; que em 2020 tentou, com mercenários, uma invasão ao país e que tentou impor, com apoio dos EUA e da União Europeia, um presidente fantoche, Juan Guaidó, que roubou US$ 50 milhões fornecidos pela CIA.

O fato é que tanto Maduro quanto a direita têm potencial para vencer uma eleição. É inegável a forte base social do chavismo. Em 2006, Chaves foi eleito com 7,31 milhões de votos e em 2012 com 8,19 milhões. Maduro obteve 7,59 milhões de votos em 2013 e 6,25 milhões em 2018.

Portanto, não deveria causar espanto que Maduro possa ter obtido mais de 5 milhões de votos no atual processo eleitoral. Mas a direita venezuelana também é forte, tendo, nas eleições de 2012 e 2013, obtido votações expressivas, na casa dos 7 milhões de votos.  

Banho de sangue – Embora Maduro tenha muitas vezes uma postura de “fanfarrão” – o que não ajuda em nada na superação da crise de legitimidade que paira sobre seu governo –, é fato que cada frase por ele proferida é imediatamente distorcida pela grande mídia.

Quando ele declarou que “se a oposição vencer, o país pode viver uma guerra civil e amargar um banho de sangue”, estava, obviamente, se referindo ao Caracazo, massacre perpetrado pela direita às manifestações populares em 1989 que resultou em mais de 1.500 mortes. Alguém duvida que a direita venezuelana, caso tome o poder, vá imediatamente perseguir, prender e assassinar militantes chavistas?

Aparentemente mal orientado por sua assessoria, Lula se disse assustado com a declaração de Maduro (na verdade, com a interpretação dada pela grande mídia) e foi aconselhado por ele a tomar chá de camomila.

Também não procede a crítica recorrente de que “não tem explicação jurídica ou política proibir um adversário (no caso, Corina Yuris) de ser candidato”, pois quem proibiu foi a Justiça Eleitoral venezuelana, assim como a brasileira tornou Bolsonaro inelegível, ambos por infringirem as leis de seus países. 

Sanções – “Jornalistas adestrados” da Globo News, CNN, FSP/UOL e Estadão classificam a Venezuela como “ditadura”, embora lá haja liberdade de expressão, de organização e de manifestação, liberdade sindical e liberdade de imprensa. Mas nem uma linha sobre países alinhados aos EUA, como Arábia Saudita, EAU e Omã, onde não existe liberdade de expressão e de manifestação, não há sindicatos e tampouco liberdade de imprensa. Onde não há partidos, até porque não há eleição para nada. Haja hipocrisia!     

Tampouco se vê qualquer referência sobre o papel devastador que as rigorosas sanções impostas por Washington e aplicadas por inúmeros países submissos ao implacável imperialismo norte-americano causam à economia venezuelana.

Após direcionar os recursos gerados pelo petróleo para o atendimento das necessidades básicas da população mais pobre, Chaves logo sofreu a sabotagem da burguesia local e sanções econômicas por parte dos EUA, de olho nas reservas de 300 bilhões de barris de petróleo.

Trata-se de uma guerra sem trégua, envolvendo boicote às exportações de petróleo; restrições à aquisição de equipamentos para a indústria petroleira, gerando brusca queda da produção; sequestro de ativos venezuelanos depositados em bancos no exterior e sequestro de suas reservas em ouro.

O custo social é enorme, com a emigração de milhões de venezuelanos.

É o preço pago por quem desafia o império.

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Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

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