Professores e orientadores educacionais realizam, nesta quinta-feira (5), às 9h, no Estacionamento da Funarte, uma nova assembleia para decidir se a greve, iniciada na segunda (2), será mantida. Segundo a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Márcia Gilda, a categoria aguarda que o Governo do Distrito Federal faça “um gesto ao encontro das nossas reivindicações e demonstre firmemente o interesse em melhorar a nossa carreira e as condições de trabalho, bem como valorizar os professores que atuam nas escolas públicas”.
A dirigente sindical argumenta que o Sinpro tem tentado negociar com o Executivo desde o início do ano e lembra que as conversas entre as partes estão paradas desde 21 de maio. Além dos itens da Campanha Salarial 19,8% rumo à Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), o magistério cobra o cumprimento do acordo de greve de 2023, a nomeação de todos os aprovados no último concurso e a regularização do envio da relação de contribuições previdenciárias de professores em regime de contratação temporária ao INSS.
“A categoria tem sofrido muito, enfrentado salas de aula superlotadas e o empobrecimento pela falta de políticas de valorização. Hoje, quase 60% do quadro da Secretaria de Educação são de professores temporários, com condições de trabalho precarizadas”, acrescenta Márcia.
Escolas esvaziadas
No terceiro dia de greve, escolas da rede pública amanheceram funcionando parcialmente. De acordo com a Secretaria de Educação, 35% das 713 escolas estão completamente fechadas, com a presença de apenas 15% a 20% dos docentes.
No último dia 29 de maio, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou a suspensão da greve, estabeleceu multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento e autorizou o corte de ponto. Mesmo com a decisão, o Sinpro-DF manteve a paralisação.
Ao Brasília Capital, a Secretaria de Educação afirma, em nota, que houve um encontro, na terça (3), entre o secretário-executivo de Educação, Isaias Aparecido, e representantes do sindicato, no que chamou de “escuta institucional”, sem qualquer deliberação. “Embora a Secretaria reconheça o direito constitucional à livre manifestação, lamenta que a conduta adotada tenha comprometido o funcionamento das unidades, prejudicando o atendimento à população e a rotina de trabalho dos servidores”. Menciona, ainda, que a paralisação afeta mais de 450 mil estudantes e compromete o calendário letivo.
Na sexta (30), antes do início da greve, o GDF listou medidas já implementadas, como reajuste salarial de 18%, com a última parcela prevista para julho de 2025; incorporação das gratificações (GAPED e GASE) ao vencimento básico; revisão de benefícios, como auxílio-alimentação e saúde, além de concursos públicos e milhares de nomeações desde 2019.