Ir para o conteúdo
Brasília Capital
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa

Uncategorized

O BRICS desfigurado será um G77 renovado

  • Júlio Miragaya
  • 29/10/2024
  • 09:00

Compartilhe:

Chega a ser risível a cobertura que a mídia burguesa (brasileira e mundial) faz da reunião dos chefes de estado dos países integrantes (e postulantes) do BRICS em Kazan, na Rússia. Ela é apresentada como uma aliança antiocidental; uma articulação de regimes autocráticos ou uma reunião para respaldar Putin.

Omitem que a constituição do BRICS ocorreu em 2006, num contexto no qual países com vasta extensão territorial, grande contingente populacional e economia emergente (China, Índia, Rússia e Brasil), os chamados “países-baleia” buscaram uma aproximação e uma articulação para defender seus interesses, visto suas sub-representações nos fóruns internacionais.

Além de dar as cartas nesses fóruns (FMI, Banco Mundial, OMC, UNCTAD etc), as potências ocidentais sempre tiveram seus fóruns próprios. No plano econômico, Alemanha e França capitanearam a formação da União Europeia; e os EUA, em seu “quintal”, após a fracassada Aliança para o Progresso, tentaram formar a ALCA, mas tiveram que se contentar com o NAFTA.

No plano militar, formaram a OTAN e blocos como o AUKUS (EUA, Grã-Bretanha e Austrália) e o QUAD (EUA, Japão, Austrália e a incauta Índia), ambos para fustigar a China. Mas o “pulo do gato” se deu em 1976, três décadas após o fim da 2ª Guerra Mundial, com a constituição do G-7, agrupando as quatro potências capitalistas vencedoras (EUA, Grã-Bretanha, França e Canadá) e as três potências perdedoras (Alemanha, Japão e Itália). O objetivo era consolidar o domínio das grandes potências capitalistas.

Já o restante do planeta se achava desarticulado. Os países do socialismo burocrático estavam agrupados no frágil COMECON e no Pacto de Varsóvia, e os demais, os do chamado “Terceiro Mundo”, agrupados num blocão heterogêneo constituído em 1964 por 77 países (hoje são 134), compreendendo as nações subdesenvolvidas e periféricas da Ásia, África e América Latina, mas que nunca obteve expressão política relevante.

Buscando maior expressão política, os “países-baleia” constituíram o BRIC, que teve a posterior absorção da menorzinha África do Sul. Logo se percebeu a força política do grupo, que representava 30% da superfície terrestre, 40% de sua população e 30% de sua economia (PIB/PPC).

A reação das potências ocidentais foi o convite para que dez países emergentes (os 5 do BRICS mais Indonésia, México, Turquia, Arábia Saudita e Argentina), além da Austrália, Coreia do Sul e UE se juntassem ao G-7 e formassem o G-20, proposta consolidada em 2008. Mas o G7 continua existindo e a participação articulada dos países do BRICS no interior do G20 se torna imprescindível.

O problema é que o BRICS parece estar perdendo identidade, perdendo o foco. Em 2023 houve a decisão acertada de ampliar o bloco com a incorporação de países de um 2º escalão, países com PIB, população e extensão territorial expressivos. Foi então aceito o ingresso do Irã, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, mas fora desse critério, dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Mas, na atual incorporação de outros 13 países (mesmo como membros não-plenos), o critério foi literalmente para o beleléu.

Não obstante ter sido mais que apropriada a incorporação de quatro importantes países do Sudeste Asiático (Indonésia, Tailândia, Vietnã e Malásia), assim como da Turquia e dos africanos Nigéria e Argélia, foi uma verdadeira “bola fora” a admissão do Cazaquistão, Uzbequistão e Bielo-Rússia, todos da órbita russa; dos dois pequenos países latino-americanos (Bolívia e Cuba) e de Uganda.

Nessa toada, perde-se o propósito e teremos um G77 renovado. Ao contrário desses seis últimos países citados, há outros sete países que se enquadrariam no critério inicialmente proposto e que justificariam sua admissão: os latino-americanos México, Colômbia e Argentina (o fascista Milei se recusou a ingressar); os asiáticos Paquistão, Filipinas e Bangladesh e o africano Congo.

Mas, se não há mais critérios a serem seguidos, deve-se frisar que o governo e a diplomacia brasileiros “pisaram na bola” ao vetarem o ingresso da Venezuela como país-parceiro do BRICS. Vetar por não ter relevância não procede, pois Bolívia e Cuba têm menos ainda; por não realizar eleições transparentes, tampouco, pois com tal restrição no bloco não ingressaria o Egito, que realiza eleições para lá de fraudulentas, e a Arábia Saudita e os EAU, que sequer as realizam.

Vetar pelas provocações do “bufão” Maduro a Lula também não procede, pois nesses casos devem imperar razões de Estado, e não pessoais. Mas ainda pior seria imaginar que o veto tenha sido uma concessão ao imperialismo norte-americano a às potências ocidentais, que defendem a posse de González (o Guaidó da vez) ou uma concessão à direita brasileira e à grande mídia para ficar melhor na fita. Noves fora, que o BRICS volte a seu projeto inicial.

Compartilhe essa notícia:

Picture of Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Colunas

Orlando Pontes

Orlando Pontes

Administração de Taguatinga terá novo endereço

Caroline Romeiro

Caroline Romeiro

Por que a nutrição virou protagonista no futebol?

José Matos

José Matos

Parábolas para mudar a sua vida – I

Carlos Alenquer

A grande depressão e a comida jogada fora

Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

O coração do mundo

Chico Sant'Anna

Ferrovia 3 em 1 para ligar Brasília ao Entorno Sul

Tersandro Vilela

Tesandro Vilela

Cresce uso da IA por estudantes brasileiros

Júlio Pontes

Júlio Pontes

“Lá no céu de Brasília estrelas irão cair”

Últimas Notícias

Famílias selecionadas para o DF Social têm até quinta (25) para abrir conta no BRB

23 de setembro de 2025

Seminário jurídico debate novo marco legal dos seguros

23 de setembro de 2025

Administração de Taguatinga terá novo endereço

22 de setembro de 2025

Celina Leão participa da abertura dos Jogos dos Institutos Federais

22 de setembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram
Brasília Capital

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.