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Cidades

O borogodó de Sobradinho

  • Orlando Pontes
  • 16/05/2025
  • 09:31

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Orlando Pontes e Tácido Rodrigues

Na semana em que Sobradinho completou 65 anos, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Ricardo Vale (PT), declara seu amor à cidade onde nasceu, ressalta seus pontos positivos – “tem Ricardo Vale e um borogodó próprio”, brinca – e aponta os principais problemas. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele reclama da dependência das emendas parlamentares para custear a cultura, as obras e os equipamentos públicos nas cidades-satélites.

“Está tudo muito concentrado em cima dos parlamentares. A política pública tem que ser conduzida e planejada pelo governo, não pelos distritais”, afirma o parlamentar, ao cobrar a revitalização do estádio Augustinho Lima, prometida pelo GDF em 2024, após a conquista da medalha de prata olímpica por Caio Bonfim na marcha atlética. “Não é por falta de recursos. Eu mesmo destinei R$ 400 mil para fazer a troca do gramado”.

BOROGODÓ – Sobradinho tem o que outras cidades não têm: o Ricardo Vale (risos). Brincadeiras à parte, eu tenho uma identidade muito grande com esta cidade. Meus pais vieram do Ceará com seis filhos e se instalaram em Sobradinho. Foi ali que eu nasci e onde moro até hoje. Fiz amizades, estudei nas escolas públicas, joguei futebol nos campos de terra. Tenho um amor muito grande e muito orgulho de representar Sobradinho na Câmara Distrital. A gente cuida de todo o DF, mas não pode esquecer a nossa raiz. Faço o máximo que posso para melhorar as condições de vida daquele povo.

SAÚDE E INFRAESTRUTURA – Sobradinho tem algumas localidades, alguns condomíniosabertos,em que a situação das águas pluviais, do asfalto, é muito precária, como o Setor de Mansões de Sobradinho, o Nova Colina e o Grande Colorado. Não há sistema de captação de águas fluviais e, principalmente no período de chuva, é uma buraqueira total – o que não é um problema só de Sobradinho, mas de todo o DF. A infraestrutura é muito precária.

SAÚDE – A UPA e o Hospital de Sobradinho estão em situação de calamidade pública. O atendimento não dá conta, não suporta. A gente cobra muito e também é muito cobrado. Por ser morador da cidade, meu telefone não para. Todo dia tem gente reclamando. É preciso que o GDF dê uma atenção especial a essas duas áreas.

Vale: “É um erro concentrar nos parlamentares o acesso à cultura nas cidades” – Foto: Matheus Savite/Bsb Capital

MOBILIDADE – Por mais que você faça viadutos e estradas, eles estão sempre cheios e o trânsito pesado. É preciso pensar em melhorar o transporte público, principalmente metrô e ônibus. Para nossa felicidade, o BRT Norte, um compromisso de campanha do presidente Lula, vai sair do papel. As obras já foram anunciadas e a primeira etapa começa no final da Asa Norte, com recursos do (Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e execução do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF). Acreditamos que isso vai melhorar muito o fluxo da região norte. Hoje, o trânsito em Sobradinho melhorou um pouco com o viaduto e as demais obras ali. Mas até Planaltina, a situação é precária. Portanto, o BRT Norte e a terceira faixa que está sendo feita na BR-020 são muito importantes. Até porque, quanto mais se faz viaduto e estrada, mais se estimula o uso de carro. E assim o trânsito continua ruim.

ADENSAMENTO E MEIO AMBIENTE – Vejo com muita preocupação o crescimento dos condomínios em Sobradinho de forma muito desordenada. Isto começou nos governos do (Joaquim) Roriz, quando se construiu Sobradinho 2, que era uma fazenda e tinha muitas nascentes, assim como a Fercal. O ribeirão que passa dentro do Sobradinho está poluído. Precisamos avançar em uma política pública de proteção ao meio ambiente no DF, incluindo a recuperação de nascentes e dos rios. Se nada for feito, haverá um grande prejuízo para Sobradinho.

ESTÁDIO AUGUSTINHO LIMA – Estou muito preocupado com a demora da reforma do estádio. E não é por falta de recursos. Eu mesmo destinei R$ 400 mil para a troca do gramado. O próprio secretário de Esporte (Renato Junqueira) disse que já tinha os recursos para fazer a nova pistade atletismo. A gente tem cobrado. Nos disseram que está em processo de licitação, que vai começar. Mas desde o ano passado a história é a mesma. O Augustinho Lima é o único estádio olímpico do DF. É um patrimônio da nossa cidade e precisa ser bem tratado. Em 2017, eu era presidente do Sobradinho Esporte Clube e nós fizemos uma grande reforma. Desde que passaram a gestão para a Secretaria de Esporte, o estádio, que era da responsabilidade da Administração, ficou completamente abandonado. A pista acabou. O gramado virou um pasto. A expectativa pela revitalização desse equipamento público cresceu depois que o Caio Bonfim ganhou a medalha olímpica, em 2024. Mas até agora, concretamente, apenas pintaram o muro. Enquanto parlamentar, estamos cobrando e destinando recursos. Vou intensificar essa cobrança, porque foi um compromisso feito pelo governador.

ACESSO À CULTURA – Os eventos culturais estão muito concentrados no Plano Piloto. Mas muitas pessoas que vivem nas cidades-satélites não acompanham porque não conseguem pagar. A solução é descentralizar. Para isso, é preciso uma política para preservar a cultura de Sobradinho e de todas as outras. A Secretaria de Cultura deveria fazer isso. Como não faz, fica dependendo das emendas parlamentares. Da nossa parte, temos mandado recursos para ajudar o Bumba Meu Boi do Seu Teodoro, para custear algumas atividades culturais. Mas é pouco e a gente sabe disso. Está tudo muito concentrado em cima dos parlamentares para manter a cultura nas cidades-satélites. Na minha avaliação, isso é um erro. A política de cultura tem que ser conduzida e planejada pelo Governo do Distrito Federal. A cultura, atualmente, está voltada para quem tem dinheiro. E quem não tem, fica dependendo dos distritais.

Vale: Violência contra a mulher deve ser combatida com leis que punam o agressor no bolso – Foto: Matheus Savite/Bsb Capital

EMPREENDEDORISMO – Acredito que esta é a bola da vez. Sobradinho, por exemplo, vive do comércio. A cidade não tem indústria, nem empresa de grande porte. Os jovens têm que procurar emprego no Plano Piloto. É preocupante ter uma cidade em que os moradores dependam do serviço público para trabalhar e o comércio não se desenvolva. Já existem empresas de tecnologia, de equipamentos eletrônicos, e é necessário pensar em flexibilizar isso para que a cidade possa crescer e os jovens de Sobradinho possam ter mais oportunidades. Enquanto isso, a alternativa para muitos é empreender. E não está fácil, porque eles terminam o segundo grau ou a faculdade e, mesmo assim, ficam desempregados.

POLO DE CINEMA – O polo de cinema não deu certo e eu acho que não vai dar. O pessoal da arte, da música e do cinema entende que o polo de cinema deve ser transformado em um espaço cultural. Encontrar uma forma de aproveitar aquele galpão e criar ali um local onde se possa atender várias manifestações culturais e oferecer atividades à comunidade. Estamos conversando sobre isso na Câmara e com a Secretaria de Cultura.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – A violência contra a mulher tem crescido muito no DF. É preocupante. Nosso mandato atua muito nessa área. Já apresentamos vários projetos que viraram lei. Um deles é o que pune o agressor com multa de até R$ 500 mil. Além da punição penal, entendemos que essa é uma forma de tentar diminuir a violência contra a mulher. São registradas cerca de 90 agressões por dia no DF, sem contar os casos que não são denunciados. Não chegamos nem à metade do ano e já foram registrados 14 feminicídios. Entendo que o caminho é criar políticas públicas para intimidar os homens que agridem e matam as mulheres. Ao mesmo tempo, o tema tem que ir para dentro da escola. Um dos nossos projetos, já regulamentado pelo GDF, obriga as unidades de ensino da rede pública a debater a violência contra a mulher e o valor dela na sociedade. São políticas públicas que surgem a partir de conversas que temos em audiências e nas ruas. É preciso, agora, que o GDF faça cumprir as leis aprovadas na Câmara.

Sobradinho e DF nos próximos anos – Tenho trabalhado muito e vou continuar trabalhando muito para melhorar as condições de vida do povo do Distrito Federal. Quando eu entro na CLDF, fico muito atento a tudo e quero que realmente as coisas aconteçam para o povo do DF e, evidentemente, de Sobradinho.

FAKE NEWS – Tem muita gente desacreditando da política. É muita fakenews. Quero pedir que as pessoas continuem acreditando e acompanhando a política. Não conheço outra forma de transformar a vida da população a não ser pela boa política. Muitas pessoas estão sendo induzidas, levadas por um processo de mentira que existe principalmente através das redes sociais. E muita gente, inclusive aqueles que se dizem cristãos, se utilizando da boa-fé das pessoas para enganá-las e desvirtuar totalmente o que é importante. O foco deve ser melhorar a saúde, a educação, emprego, e conquistar salário digno e o bom funcionamento dos serviços públicos. Questão religiosa você cuida na sua igreja. A pauta da religião dentro da política faz confusão na cabeça das pessoas. Aqui na Câmara Legislativa, temos que cuidar da qualidade de vida do povo do Distrito Federal. E nada mais.

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