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Brasil, colaboradores, Cultura

Festas juninas e o desafio das tradições

  • Dr. Gutemberg
  • 25/06/2023
  • 14:00

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Tem gente que vai ao arraial da paróquia comer um cachorro quente, um churro, uma torta de maçã, tomar um vinho ou ouvir um som do Alok… Como diz o narrador da quadrilha: “anarriê” – cada um no seu lugar. No que me diz respeito, São João é com milho cozido, curau, mungunzá (ou canjica, para quem for mineiro ou goiano) e quentão. Cada região valoriza suas tradições.

Os festejos juninos são uma herança da religiosidade e cultura popular da zona rural de um passado cada vez menos presente na vida da maioria dos brasileiros. Em 2017, por exemplo, a noite de São João (24/6) de Caruaru, uma das maiores festas juninas do País, não teve sanfona, zabumba nem triângulo tocando forró. A grande atração da festa foi a apresentação do DJ Alok.

A polêmica sobre a perda de espaço da música tradicional dos festejos juninos para o sertanejo, que já existia, ganhou um terceiro protagonista, ou antagonista. Chegamos ao ponto de tramitar no Congresso Nacional o projeto de lei batizado “Lei Luiz Gonzaga”, o qual prevê que prefeitos e governadores invistam pelo menos 80% das verbas dos festejos juninos na contratação de artistas, bandas de forró e manifestações (como grupos de quadrilha) e demais expressões culturais relacionadas ao Nordeste.

Isso porque a celebração está se tornando um festival multicultural, afetando, inclusive, a subsistência de inúmeros artistas locais, que costumavam ter nos festejos juninos seu melhor momento financeiro a cada ano e agora perdem para as chamadas “grandes atrações”.

O bate-boca fica entre os artistas, mas o núcleo da questão é o interesse de mercado. As grandes festas juninas, como a de Campina Grande e a de Caruaru, tornaram-se eventos imensos e milionários. Movimentam uma quantia considerável de dinheiro que aquece o turismo, movimenta o comércio e os hotéis, além de alavancar a arrecadação dos municípios que promovem as grandes festanças.

A visão mercantilista já sequestrou o Natal, o Dia dos Namorados, o Dia das Mães e a Páscoa – datas consagradas ao consumo desenfreado. O mesmo marketing do consumismo lança uma coleção nova de roupas a cada 15 dias, que faz a pilha de roupas descartadas no Deserto do Atacama, no Chile, ser visível do espaço.

A questão é que a imposição irrestrita da lógica de mercado e consumo esvazia de significado coisas que originalmente estão ligadas à construção de nossas identidades, nossos afetos, nossa forma de nos enxergar no mundo e de nos relacionar com as pessoas e o ambiente ao nosso redor.

E a saúde não escapa a essa cultura mercantilista: planos de saúde forçam as consultas relâmpago, sem que o médico tenha tempo para aprofundar o contato com o paciente. E o governo incorpora isso. Hoje preconiza consultas de 15 minutos, e o médico que toque fila, pedindo exames, dando receitas e passando atestados, como se fosse um balcão de loja.

Do outro lado, cresce a cultura de medicalização para tudo: para o sintoma e para o efeito adverso do remédio prescrito. É a saúde como produto, atiçando a fogueira dos lucros das operadoras de saúde e dos laboratórios farmacêuticos.

Precisamos repensar essa forma de lidar com a vida. Consumo, culto à autoimagem no mundo real e no plano digital e imediatismo não nos tornam pessoas melhores, mais felizes, saudáveis ou em harmonia com as nossas vidas nem com o planeta.

Para essa expectativa, o narrador da quadrilha está gritando: “É mentira!”. Precisamos entender e dar importância aos nossos valores culturais, afetivos e à saúde. A voracidade de mercado visa números e concentração de ganhos para poucos e faz mal tanto à cultura quanto à saúde da maioria.

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