A estrutura já está sendo montada para receber os visitantes em Planaltina.
O espaço será aberto para produtores e expositores que tenham produtos relacionados à uva.
Depois das badaladas festas do Morango e da Goiaba, ambas em Brazlândia, agora é a vez e hora da uva emprestar o nome e sabor para uma exposição de produtos derivados do alimento. A Feira da Uva promete constar no calendário de eventos do Distrito Federal daqui para frente. A primeira edição ocorrerá em Planaltina, de 30 de julho a 8 de agosto.
Amantes da uva e aos não tão amantes assim – se é que exista alguém que não aprecie sem moderação esse alimento rico em vitaminas – terão uma oportunidade de conhecer produtos derivados da fruta, como suco, geleias, doces, licores e, é claro, vinhos.
Pouca gente sabe, mas o DF é um terreno fértil para o cultivo da uva. Não à toa, a safra de 2020 foi de 230 toneladas. Atualmente, o ‘quadradinho’ conta com plantações de uva que ultrapassam os 70 hectares. Parte da colheita é distribuídas a supermercados, feiras livres e caminhões que comercializam o produto em beira de estrada.
A parte que sobra, devido a alguns fatores de fora das colheitas, como a instabilidade econômica que atinge o país, ficará no DF e será comercializada na Feira da Uva. Será o primeiro evento de grande porte como a presença de público.
Quem se interessar em participar deverá obedecer aos protocolos de segurança contra a covid-19, como uso de álcool em gel e máscara, além de se submeter à aferição de temperatura e manter distanciamento.
Oficinas para distinguir a doçura do vinho
O produtor-executivo, João Paulo Araújo, explica sobre protocolos de segurança contra a covid-19 que serão adotados no evento. Foto: Antônio SabinoA Feira da Uva é organizada pela Associação Cresce-DF em parceria com a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) do DF. Esta instituição vai promover oficinas e degustação de vinhos durante o evento. O participante vai distinguir, por exemplo, a doçura de um vinho e outro e a diferença entre vinho fino e vinho feito com uva americana.
Segundo o produtor-executivo do evento, João Paulo Araújo, o número de pessoas que vai acessar a feira será limitado por dia, para mitigar aglomerações. Haverá duas passagens: de entrada e saída de público. “Justamente para evitar ao máximo a aglomeração”, afirma Araújo.
Para ele, Brasília se destaca no cultivo da uva. O clima da cidade, apesar de comparado com o do deserto, principalmente nesta época do ano, favorece o plantio de parreiras. “O fato de ser quente durante o dia e frio à noite é favorável as plantações. Antigamente, o Sul do País era o celeiro. Mas Brasília desponta agora no segmento, por ter clima semelhante ao da região Sul”, explica.
Brincadeira de bar levada a sério
Valdecir Grecco, 55 anos, possui um dos maiores viveiros de uva do Distrito Federal. Foto: Antônio Sabino
Dono de uma propriedade em Mestre D’Armas, Grecco chega a colher safras de 15 toneladas em seis meses. Foto: Antônio Sabino
Dono de uma propriedade de quatro hectares em Mestre D’Armas (Planaltina), Valdecir Grecco, 55 anos, resolveu arriscar tudo na plantação de uva, confiando no fator clima. Hoje ele chega a colher safras de aproximadamente 15 toneladas em seis meses. Além de vender o produto em sua forma natural, ele também fabrica vinho e suco artesanais.
Natural do Espírito Santo, ele está em Brasília desde 1991. Mas só se enveredou para a plantação de uva graças a uma brincadeira num bar. “Eu estava tomando cerveja e um colega me ofereceu umas mudas de semente de uva para plantar. Eu percebi que era brincadeira, mas levei a sério e resolvi plantar”, relembra Grecco.
E lá se foram 12 anos dessa brincadeira. Até então, na sua propriedade só havia espaço para hortaliças. Hoje ele possui um dos maiores viveiros de uva da região e do DF e uma vinícola dentro da propriedade. Com a ajuda de um maquinário que custou R$ 65 mil há oito anos, ele chega a produzir mais de três mil garrafas de vinho tinto e suave.
Qué vin? Vem!
A feira será uma oportunidade para comercializar a safra de vinho e suco produzidos nos últimos seis meses.
A “fábrica” de Grecco chega a produzir três mil garrafas de suco de uva.
A “fábrica” de Grecco tem hoje apenas oito funcionários. Já chegou a empregar 25 pessoas. Assim como boa parte dos setores da economia, o dele também foi atingido pela crise econômica, o que o obrigou a reduzir o quadro. Grecco comercializa também suco, que produz na chácara. Chega a produzir também três mil garrafas.
Para ele, a feira será uma boa oportunidade de desaguar essa safra de vinho e suco produzidos nos últimos seis meses. “Estou muito empolgado com essa oportunidade. A feira será uma vitrine para vender nossa safra”, frisa o pequeno produtor.
Depois desse relato genuinamente brasiliense, o convite para ir à primeira edição da Feira da Uva está feito. Então, qué vin? Vem! Como se diz por aí nos estados onde se produzem vinho.
Serviço:
Quem quiser expor no evento precisa se inscrever até 27 de julho pelo WhatsApp no número 61-98424-8537. O espaço está aberto para produtores e expositores que tenham produtos relacionados à uva. Interessados em adquirir produtos ou conhecer a vinícola de Valdecir Grecco podem entrar em contato pelo 61-98424-0250.