O Distrito Federal registrou uma queda de 97,4% nos casos de dengue em 2025 em comparação com 2024. De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Saúde, até 19 de abril foram notificadas 11.126 ocorrências suspeitas, das quais 6.811 eram prováveis.
No mesmo período do ano passado, eram 247.046 casos prováveis.Ceilândia é a região administrativa com maior número de registros de casos prováveis (851), seguida por Samambaia (485), Taguatinga (382), Paranoá (366) e Águas Claras (322).
ESTRATÉGIAS – A redução significativa é resultado de estratégias de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Uma delas é a instalação das chamadas Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs), dispositivos que usam um tipo de inseticida para interromper o desenvolvimento das larvas do inseto.
No Sol Nascente, região administrativa escolhida para inaugurar as armadilhas devido à alta vulnerabilidade às arboviroses, agentes da Vigilância Ambiental têm feito visitas mensais para manutenção das EDLs e também para orientar a população.
“É bom para a gente mesmo, porque a dengue mata”, resume José Osvaldo dos Santos, de 70 anos. O aposentado recebe a equipe de agentes em casa regularmente e diz estar atento aos cuidados para evitar água parada.
Para Cleane Viana, de 42 anos, que viu familiares sofrerem com a dengue há dois anos, a situação melhorou bastante. “Antes, tinha muito mosquito. Agora tem bem menos. Mas cada um tem que fazer sua parte”, reforça.
TRABALHO EM EQUIPE – Além do Sol Nascente, o DF hoje conta com cerca de 3,2 mil EDLs distribuídas por outras RAs. Segundo a SES-DF, a participação da comunidade e o trabalho contínuo dos agentes de Vigilância Ambiental são fundamentais para manter o controle da doença, uma vez que os profissionais, além de monitorar as armadilhas, ajudam no mapeamento das áreas com maior incidência do mosquito.
Apesar dos bons resultados, as autoridades de saúde alertam que a população não pode relaxar. “Devemos comemorar esses dados, mas sem perder de vista os cuidados para combater a dengue”, afirma o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano Martins.
PREVENÇÃO – O Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas preventivas, como o uso de telas nas janelas, repelentes e a remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos, assim como tampar reservatórios e caixas de água e desobstruir calhas, lajes e ralos.
Em caso de febre (39°C a 40°C) de início repentino, aliada à dor de cabeça, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos, procure imediatamente uma unidade de saúde. Desde fevereiro de 2024, a vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).