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Casos de linguagem

  • Redação
  • 03/04/2019
  • 13:15

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Durante os longos anos em que fui editor do caderno Livro, do Jornal do Brasil, recebia, cada semana, um considerável número de livros ainda cheirando a prelo, que os editores me remetiam na esperança de que eu pudesse noticiar seu aparecimento, resenhá-los, apreciá-los em textos mais ou menos densos, conforme o grau de informação disponível sobre aqueles que os haviam escrito, a língua utilizada, as ideias que continham, o interesse que poderiam despertar. Havia livros para os quais era difícil encontrar um resenhador fora da própria redação; caso daqueles em que forçoso dizer algo sobre a linhagem filosófica e/ou ideológica a que o autor se filiava, e em que medida isso condicionava o conteúdo de sua obra.

A maioria dos editores compreendia minha dificuldade de encontrar a pessoa certa – isto é, não filosófica e sobretudo não ideologicamente condicionada – para falar sobre a obra deste ou daquele autor, fosse ele um pensador, um poeta ou um ficcionista à procura de traços de verdade em fatos mínimos de cotidianos às vezes divergentes. Por isso costumavam me enviar dois exemplares da obra – para que eu tivesse uma reserva, em caso de dificuldade na primeira tentativa de encontrar o resenhista ideal… Felizmente eu tinha uma expressiva quantidade de grandes resenhistas à minha disposição, e não costumava adiar por semanas e meses o registro crítico do livro recém-saído.

Esse foi um dos motivos (houve outros, claro) pelo qual minha biblioteca acolhesse em poucos anos centenas, milhares de títulos sobre assuntos os mais variados e frequentemente inesperados, cuja presença, com o tempo, foi esquecida, e sempre fez de seu reaparecimento uma surpresa.

Ontem, ao retirar de uma prateleira próxima do chão algumas dezenas de volumes atacados pela forte umidade do clima carioca, esperava-me uma surpresa. Redescobri duas pequenas obras de cuja presença em minha casa há muito não me lembrava.

Primeira: o ensaio “La función social del linguaje fascista” (Ed. Ariel, Barcelona, 1979) tradução de “Studie zur Gesellscschaftlichen Funktion Faschistischen Sprache” (Estudo sobre a função social da linguagem fascista), de Lutz Winckler, professor da Universidade de Wursburg, Alemanha, Ed. Suhrkamp, Frankfurt, 1970. Segunda: “Il fascismo eterno” (O fascismo eterno), ensaio do italiano Umberto Eco, publicado originalmente em 1997, pela editora milanesa La Nave de Teseo

Lutz Winckler, que não me parece alinhado a nenhuma das ideologias que no seu tempo – o século XX -, mostra como Hitler e seus seguidores conseguiram arrebanhar multidões e levar milhares de intelectuais a se tornarem repetidores de suas ideias inconsistentes. Porque – responde o autor – na verdade, grande parte do discurso hitlerista não chegava sequer ao plano da ideologia. Em compensação, ele descobriu que, naquele momento, parte considerável das massas alemãs desejava o triunfo do mais forte – capaz de levar adiante a tarefa de vingar a derrota da Alemanha durante a I Guerra Mundial.

Fino romancista e pensador, Umberto Eco foi mais longe do que seu colega alemão. Com a sua inteligência de pesquisador da história e a fina sensibilidade humano-literária – autor de vários e notáveis romances, um dos quais, “O nome da Rosa”, comoveu milhões de leitores do século XX – o escritor italiano mostra em “O fascismo eterno” que a ideologia fascista tem raízes muito mais vivas e fortes do que geralmente se imagina.

Vale a pena ouvir o que os dois pensadores, com sua amarga experiência e seu notável talento, têm para dizer.

(*) Jornalista e escritor, ex-editor do caderno Ideias do Jornal do Brasil

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