O
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse hoje (18) que o governo
precisa se empenhar no diálogo com deputados e senadores para aprovar a reforma
da Previdência.
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre
Fotos: Marcos Brandão/Agência Senado
“O governo
adotou um modelo de relação político-institucional que quebra paradigmas de
décadas. É um modelo novo. E esse modelo novo precisa ser precedido de
conversa, de diálogo e de entendimento”, ressaltou o senador, após encontro com
o presidente da Federação das Indústrias do Estado ed São Paulo (Fiesp), Paulo
Skaf. Para Alcolumbre, o debate deve
ser feito diretamente com os líderes partidários de forma a garantir o apoio
das siglas à proposta. “A minha sugestão para o governo é que converse com os
presidentes dos partidos políticos. A metodologia adotada em relação às frentes
partidárias vai ser um ponto de interligação nessa relação, mas a relação do
líder partidário de uma bancada de 30 ou 40 deputados é fundamental para que,
nesse diálogo e ajuste fino, a gente possa consolidar o apoio, e o governo
tenha maioria na Câmara e no Senado”, enfatizou.
O
presidente do Senado afirmou que há uma predisposição de deputados e senadores
em aprovar as mudanças no sistema de aposentadorias. No entanto, ele acredita que
“falta um ajuste fino na política”. “[Falta] o governo se empenhar pessoalmente
e se dedicar às Câmara e ao Senado para dialogar.\”
Alcolumbre
disse que ele e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) têm trabalhado
para melhorar a relação do o governo com o Parlamento. “Estamos nos esforçando
para sermos os interlocutores desse diálogo e da política para ajudar, não o
governo, mas o nosso país.”
Militares
O
presidente do Senado também defendeu a proposta apresentada para a reforma da
Previdência dos militares. “Os militares estão dando a sua parcela de
contribuição”, destacou Alcolumbre. Ele avalia que, as alterações propostas,
que incluem o aumento do tempo de contribuição de 30 para 35 anos, trarão uma
economia significativa para os cofres públicos. “O estudo do governo indica
que, com esse modelo apresentado no projeto de lei dos militares, nós teremos
uma economia de R$ 100 bilhões.”
Porém,
Alcolumbre disse que é necessário ter em mente que os militares têm direito a
regras diferenciadas de aposentadoria devido à natureza de sua atividade. “Eu
acho que todos os brasileiros precisam ter a consciência de que o militar é uma
situação diferenciada.”
Foto: Sérgio Lima/PODER 360
Mourão: expectativa é aprovar a Reforma da Previdência
este semestre
Depois
de participar de almoço na sede do governo paulista, o presidente da República
em exercício, general Hamilton Mourão, disse hoje (18) que a expectativa do
governo é de que a reforma da Previdência seja aprovada entre o final deste
semestre e o início do próximo.
“Contamos
com o apoio de São Paulo e de sua bancada na busca de aprovação dessa reforma,
se Deus quiser, e tudo correr bem, até o final deste semestre e início do
próximo semestre”, disse Mourão. “Com isso, nosso país estará em uma situação
muito mais positiva”, ressaltou.
Mourão
defendeu que mudanças nas regras previdenciárias são responsabilidade desta
geração que deve buscar convergências para aprovação do projeto.
“A reforma
da Previdência, nós já temos muito clara como ponto de partida para a
reformulação pretendida para o nosso país. Se não fizermos nada, as gerações
que aqui estão representadas irão olhar para a gente e dizer: \’onde é que vocês
estavam que não fizeram nada?\’. É nossa responsabilidade levar isso à frente,
buscar a convergência de ideias e, a partir delas, iniciar um ciclo virtuoso de
atração de investimentos e das outras reformas que serão necessárias para
atingir o equilíbrio fiscal e entrarmos em um crescimento sustentável”, disse
Mourão.
Anfitrião
do encontro, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou apoio incondicional
à reforma.
“Debatemos
basicamente dois temas. O primeiro deles e mais importante: a reforma da
Previdência. Reafirmamos ao general Mourão, presidente da República em
exercício, nosso apoio incondicional à reforma da Previdência no âmbito do
Congresso Nacional e com a bancada de São Paulo”, destacou Doria.
Segundo o
governador, a reforma “é balizadora, transformadora e pode modificar o destino
do Brasil para melhor, gerando emprego, renda e investimentos, permitindo
solução fiscal para o país”, ressaltou.
O outro
tema discutido durante o almoço foram os investimentos do governo federal no
estado nas áreas de infraestrutura, em especial, no campo ferroviário e nos
programas de desestatização, disse Doria. “E nos programas de cooperação, na
área social e na área econômica, nos campos de saúde, educação, habitação
popular, segurança pública e assistência social”, ressaltou Doria.
“O
presidente [Jair] Bolsonaro tem uma visão muito clara sobre o relacionamento
positivo que temos que ter com todos nossos governadores e mais de 5 mil
prefeitos no Brasil”, disse Mourão.Doria
destacou que o almoço não foi um encontro político. “Nosso encontro aqui não
foi político, mas voltado para uma pauta de desenvolvimento econômico e de
atendimento social. Não temos alinhamento partidário com o partido do
presidente Jair Bolsonaro e nem é preciso. Temos alinhamento com o Brasil”,
ressaltou.