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Cidades, colaboradores, Pelaí

A volta dos JK

  • Chico Sant'Anna
  • 17/05/2024
  • 07:00

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Em recente lançamento de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o presidente Lula pediu que as moradias populares passassem a contar com varandas. Mas poderia exigir mais. A demanda por varandas é mais do que um acessório estético. Ela serve para a refrigeração natural do ambiente, explicam os técnicos. 

Os projetos em Brasília e Brasil afora, financiados com dinheiro público, são pariformes. Caixotes de concreto: três ou quatro andares, perfilados lado a lado, como uma parada militar. Desprezam a experiência de ventilação natural, com o uso de cobogós. 

A pintura monocromática, cor de poeira, e a distribuição espacial dos prédios não formam ambientes fomentadores da convivência dos moradores, ignorando a concepção das superquadras do Plano Piloto, por exemplo.

Tudo isso causa um choque visual para quem chega nessas comunidades. Enquanto isso, projetos bem mais criativos, selecionados pelo GDF, dormitam nas gavetas da Codhab. 

Este ano, a previsão é de que sejam entregues 3.282 unidades habitacionais no DF, distribuídas por Sol Nascente, Itapoã, Sobradinho, Samambaia e Riacho Fundo II. Um investimento de R$ 550 milhões, parte bancado pelo governo federal, que separou R$ 106 bilhões para o MCMV.

Coreia – Moradia popular e criatividade arquitetônica parecem ser antagômicas.. No início de Brasília, quando se revelou a necessidade de fornecer moradia aos trabalhadores de menor renda, criou-se as quadras 400 – até então não previstas no projeto de Lúcio Costa. 

Diferentemente das demais superquadras, ali os blocos teriam três pavimentos, sem pilotis, sem elevador ou garagem. A ideia era baratear. Os primeiros blocos, projetados por Oscar Niemeyer, foram chamados de prédios JK. 

“Não demorou, JK passou a significar ‘janela e kitnet’, de tão apertados que eram”, relata o professor de História da Arquitetura da UnB, José Carlos Coutinho. Também ganharam a denominação pejorativa de Coreia, pois “ficavam no fim do mundo, eram periféricos”, diz o acadêmico.

Casa popular precisa ser feia?

Será que a casa popular precisa ser feia e desconfortável? Os prédios não podem ser mais harmoniosos, aconchegantes, guardar uma certa identidade individual? Algo que dê orgulho e prazer ao morador. 

Uma rápida passagem pelas revistas especializadas ArchDaily e Archello revela projetos criativos em diversos outros países, inclusive com matéria-prima mais adequada aos tempos de aquecimento global.

Para fomentar a convivência, os imóveis são posicionados de forma a criar uma espécie de praça ou parque entre eles. Há equipamentos como toldos, quebra-sol, parapeitos, telhados com beira larga, que propiciam conforto ambiental e quebram a padronização estética.

Em todos os países, a busca por redução de custos é a mesma da existente no Brasil. Mas, nem por isso projetaram caixotes de concreto.

Não necessariamente

Procuramos as autoridades para responder a pergunta acima. A secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação repassou a responsabilidade para a Codhab. Esta, por sua vez, disse que os projetos são das próprias construtoras. 

Mas o Poder Público não poderia criar critérios? Doutor em Desenvolvimento Sustentável, o arquiteto Sérgio Jatobá lembra que “habitação popular não, necessariamente, precisa ter uma arquitetura de má qualidade para ser economicamente viável.

Luiz Eduardo Sarmento, presidente da seção brasiliense do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-DF) explica que quando uma construtora apresenta um projeto à Codhab, o que é avaliado são os dados referentes a acabamento, esquadrias, revestimentos, etc. 

“Não há uma análise global do projeto arquitetônico, e sim pontuação por elementos construtivos. Temos uma máxima na gestão pública: quem projetou não deve construir. Esta é uma forma de permitir independência de projeto, já que quem vai construir vai utilizar soluções que são mais vantajosas financeiramente, e não que garantam qualidade arquitetônica”, explica.

Ele recorda que, de 2015 a 2019, a Codhab realizou treze concursos públicos para projetos arquitetônicos habitacionais de interesse social, como o da Quadras 500 Sol Nascente – Trecho 1. 

“Um projeto de muita qualidade, inclusive urbana. Conta com um calçadão conectando todos os blocos do conjunto, privilegiando os pedestres e os espaços verdes e arborizados de convívio”.

Dessa época, há, segundo Sarmento, projetos prontos, esquecidos nas gavetas oficiais. E cita o Setor Habitacional Pôr-do-Sol, na Ceilândia. Uma expansão que, praticamente, equivale a um bairro inteiro, composto por edifícios de quatro e três andares, casas sobrepostas e casas térreas, numa configuração que cria espaço de lazer. 

“Com o mesmo custo é possível fugir da homogeneidade tediosa dos conjuntos padrões do MCMV. É possível que sejam mais harmoniosos, com caráter, identidade, assim como implantados de forma mais aconchegante, com arborização, conectados às áreas verdes e arborizadas. Tudo isso sem maiores custos, apenas investindo na escolha do melhor projeto”. 

Sarmento informa que a página no site da Codhab que abrigava esses projetos selecionados já nem mais existe. Indagada pela coluna do motivo de os projetos não serem utilizados, a Codhab não respondeu.

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