Ir para o conteúdo
Brasília Capital
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa

Artigo, Educação, Opinião

A lavagem cerebral e o analfabetismo político

  • J.B. Pontes
  • 23/03/2023
  • 07:00

Compartilhe:

(*) J. B. Pontes

A ignorância, a cobiça e a má-fé também elegem seus representantes políticos.
Carlos Drummond de Andrade

Pesquisa realizada pelo IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica publicada no domingo (19), indica que 44% dos brasileiros acreditam que o Brasil corre risco de tornar-se um “país comunista” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desses, 31% afirmam acreditar totalmente nesta hipótese e outros 13% apenas parcialmente.
Este dado parece inacreditável, mas reflete a realidade de um país composto por uma multidão de ignorantes, propositadamente alimentados pelos militares desde a ditadura de 1964, bem como pela má-fé e pelo mau-caratismo de líderes políticos, a exemplo de Bolsonaro, com o apoio nefasto de pseudo-líderes religiosos. Todos eles usam a palavra “comunismo” como um espantalho para amedrontar e manipular o povo. O objetivo é dominar e manterem seus privilégios, e assim acumularem riqueza e poder.
Apesar de afetar mais drasticamente as camadas mais carentes da população, essa praga (o analfabetismo político) afeta pessoas de todas as classes sociais, faixas etárias e regiões. Não é raro se encontrar profissionais bem-conceituados, doutores em suas áreas de atuação, que são verdadeiros analfabetos políticos, e se incluem entre aqueles que acreditam que Lula é um perigoso comunista.
Tudo indica que os efeitos da lavagem cerebral que o povo sofreu nos últimos anos ainda se farão sentir por muito tempo. E só poderão ser mitigados por meio de uma revolução cultural, visando elevar a consciência política e democrática dessa multidão de analfabetos políticos.
O analfabetismo político é um dos maiores males deste País. É ele que continua elegendo o enorme grupo de parlamentares fisiológicos que compõe o chamado Centrão. A maioria dos parlamentares eleitos por esse amontoado de ignorantes não possui qualidades morais nem intelectuais para exercer tão relevantes cargos.
Poucos conhecem ou querem resolver os problemas do País e do povo. O objetivo deles é gozar das prerrogativas, da boa remuneração e dos demais privilégios e benefícios pecuniários que o cargo lhes proporciona. O baixo nível dos debates, notadamente na Câmara dos Deputados, comprova o que aqui dizemos. E nesse campo, o Parlamento brasileiro, o segundo mais caro do mundo (ver artigo anterior), é pródigo em privilégios e benefícios pecuniários, como a chamada verba de gabinete, destinada à contratação de pessoal para os gabinetes dos parlamentares.
Na Câmara, cada um dos 513 deputados tem direto a R$ 118.376,13/mês para contratação dos denominados secretários parlamentares diretamente pelos seus gabinetes. O portal da Câmara afirma que os contratados não têm vínculo com o serviço público. Mas deixa de informar que, além dessa verba, os contratados percebem auxílio alimentação, férias, 13º salário, auxílio creche para filhos até os 6 anos, além de participarem do plano de saúde dos servidores públicos.
O Senado adota um sistema um pouco diferente, mas no fundo é igual ao da Câmara. Os Senadores têm a prerrogativa de indicar até 50 pessoas a serem contratadas pela Casa, com o limite mensal de cerca de R$ 222 mil para pagamento da remuneração. Adicionalmente, o Senado concede aos contratados todos os benefícios dos servidores efetivos (auxílio alimentação, férias, 13º, auxílio-creche, plano de saúde etc).
Esse tipo de contratação constitui uma aberração, que afronta a Constituição, a qual prevê apenas os cargos de servidores efetivos e comissionados. Na Câmara, esse sistema sempre foi fonte de corrupção, a exemplo das rachadinhas, especialidade da família Bolsonaro. Mesmo assim está em uso desde 1997, sem nenhuma contestação dos órgãos de fiscalização e controle (TCU, CGU, Ministério Público), nem representação de algum partido político.
Ressalte-se: são empregos de livre nomeação e exoneração pelos parlamentares. São colaboradores “confiáveis”, verdadeiros “paus mandados”. Ao contrário dos servidores efetivos, que estão constritos ao que a lei determina, eles são obrigados a fazer tudo que lhes seja determinado e a “fechar os olhos” para tudo. E quando explode alguma bomba no âmbito dos gabinetes, são os primeiros a serem declarados culpados e exonerados.
Esse sistema de contratação se espraia pelos demais entes federativos, inclusive na Câmara Legislativa do DF. Nessa Casa, cada um dos 24 parlamentares tem uma verba mensal de R$ 177.483,15 para contratação de até 23 secretários parlamentares. Igual ao que ocorre no Congresso Nacional, esse valor é apenas para pagamento da remuneração. A Câmara Distrital paga a esses contratados, além disso, todos os demais benefícios concedidos aos servidores efetivos.
E ficamos a imaginar quanta economia poderíamos fazer se a legislação e a fiscalização dos atos do governo do Distrito Federal fossem realizadas por uma comissão mista do Congresso Nacional, formada pela bancada do DF e mais um representante de cada um dos estados brasileiros, assessorada por um seleto grupo de consultores legislativos efetivos (concursados).
Insistimos: o povo brasileiro precisa ser incluído na democracia. Só um esforço da sociedade civil – governantes poderá promover essa inclusão.

(*) Geólogo, advogado e escritor

Compartilhe essa notícia:

Picture of J.B. Pontes

J.B. Pontes

Colunas

Orlando Pontes

Orlando Pontes

Administração de Taguatinga terá novo endereço

Caroline Romeiro

Caroline Romeiro

Por que a nutrição virou protagonista no futebol?

José Matos

José Matos

Parábolas para mudar a sua vida – I

Carlos Alenquer

A grande depressão e a comida jogada fora

Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

O coração do mundo

Chico Sant'Anna

Ferrovia 3 em 1 para ligar Brasília ao Entorno Sul

Tersandro Vilela

Tesandro Vilela

Cresce uso da IA por estudantes brasileiros

Júlio Pontes

Júlio Pontes

“Lá no céu de Brasília estrelas irão cair”

Últimas Notícias

Famílias selecionadas para o DF Social têm até quinta (25) para abrir conta no BRB

23 de setembro de 2025

Seminário jurídico debate novo marco legal dos seguros

23 de setembro de 2025

Administração de Taguatinga terá novo endereço

22 de setembro de 2025

Celina Leão participa da abertura dos Jogos dos Institutos Federais

22 de setembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram
Brasília Capital

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.