Caroline Romeiro (*) e Raiane Oliveira de Araújo (**)
Neste domingo (31), celebra-se o Dia do Nutricionista. A profissão nasceu no Brasil, oficialmente, em 1949, e desde então carrega consigo a missão de transformar e aperfeiçoar a saúde pública brasileira.
Do combate à desnutrição à defesa da alimentação adequada, saudável e sustentável, a Nutrição sempre esteve ligada a compromisso com o bem-estar social, a ciência e o cuidado humano. É justamente por isso que precisamos refletir sobre o momento atual.
Nesses tempos de redes sociais, não é raro ver discursos inflamados, barulhentos e até agressivos tentando se passar por “motivação” ou “ciência”. Não faltam nas redes sociais vídeos que viralizam com ataques a pessoas com excesso de peso e postagens com falas cheias de julgamento moral e pouco – ou nenhum – embasamento científico.
Mas é importante dizer com clareza: isso não é promoção de saúde. É espetáculo em cima da dor alheia. A obesidade é uma condição complexa, multifatorial, que envolve genética, ambiente, fatores sociais, emocionais e culturais.
Reduzir tudo isso a frases de efeito, a “força de vontade” ou a gritos ofensivos é desrespeitar não apenas quem vive essa condição, mas a própria ciência.
O nutricionista tem um papel muito diferente: acolher, escutar, orientar com base em evidências, respeitar a dignidade de cada pessoa e combater o estigma que adoece. É isso que a profissão representa, e é isso que celebramos no Dia do Nutricionista.
Porque saúde não se constrói com ódio ou com humilhação. Se constrói com ciência, empatia e responsabilidade social.
(*) Mestre em Nutrição Humana, coordenadora Técnica de Nutrição do Conselho Federal de Nutrição e professora do Curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília
(**) Estudante do 8º semestre de Nutrição da Universidade Católica de Brasília