O Papa Francisco, o primeiro líder latino-americano da Igreja Católica Romana, morreu aos 88 anos. Segundo o Vaticano, o pontífice morreu às 7h35, horário local, 2h35 no horário de Brasília, desta segunda-feira (21). O corpo do argentino deve ser transferido para a Basílica de São Pedro já na quarta-feira.
Nascido em 17 de dezembro de 1936, Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo de Francisco, foi internado em 14 de fevereiro devido a uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia grave. Há cerca de um mês ele teve alta, embora não estivesse completamente curado. A última aparição pública ocorreu no domingo de Páscoa, quando foi recebido na Praça de São Pedro por uma multidão.
O funeral será um pouco diferente das cerimônias anteriores, já que o Papa Francisco optou por um caixão básico de madeira e abandonou a tradição de colocar o corpo em uma plataforma elevada para exibição dos fiéis. Além disso, o Santo Padre será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma — a primeira vez que um Papa é enterrado fora do Vaticano em mais de um século.
CONCLAVE — Cerca de 138 cardeais católicos votarão no sucessor do Papa Francisco em uma eleição, conhecida como conclave, que será realizada em votação secreta dentro da Capela Sistina.
Última mensagem
Na última mensagem em vida no Domingo de Páscoa, Francisco pediu paz e “respeito pelas opiniões dos outros”. Um assessor leu o texto em seu nome: “Não pode haver paz sem liberdade de religião, liberdade de pensamento, liberdade de expressão”.
O pontífice lembrou, ainda, do povo de Gaza, em particular a população cristã, pois o conflito “causa morte e destruição” e cria uma “situação humanitária deplorável”, e chamou o crescente antissemitismo global de “preocupante”.
“Que grande sede de morte, de matar, vemos nos muitos conflitos que assolam diferentes partes do mundo”, criticou. “Expresso minha proximidade com o sofrimento de todo o povo israelense e palestino”, dizia a mensagem. “Peçam um cessar-fogo, libertem os reféns e venham em auxílio de um povo faminto que aspira a um futuro de paz”.
Homenagens
Chefes de Estado de todo o mundo prestaram homenagens ao pontífice. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu: “Descanse em paz! Que Deus o abençoe e a todos que o amavam!”. O presidente da Argentina, Javier Milei, terra natal do Papa Francisco, decretou luto oficial de sete dias. “Apesar das diferenças que hoje parecem pequenas, ter podido conhecê-lo em sua bondade e sabedoria foi uma verdadeira honra para mim”, afirmou o liberal, que chegou a chamar o religioso de “representante do maligno” e “imbecil”.
Outros líderes globais, como o Rei Charles, do Reino Unido; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e os presidentes da França, Emmanuel Macron; da Rússia, Vladimir Putin; da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também se despediram do líder católico.
Nas redes sociais, o presidente Lula declarou que “a humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo”. “O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio”.
