Ir para o conteúdo
Brasília Capital
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Geral
  • Brasil
  • Esporte
  • Turismo
  • Colunistas
  • Pelaí
  • Versão impressa

colaboradores, Geral, Política

Governo Lula 3: onde a maioria é minoria

  • Júlio Miragaya
  • 19/12/2023
  • 09:50

Compartilhe:

Reza a tradição que o governo de plantão promova, no Congresso Nacional, um agrupamento de partidos visando compor uma maioria, deixando a oposição como minoria. Porém, no governo Lula 3, parece que é assim, mas não funciona bem assim. É do conhecimento de todos o enorme descompasso entre a votação obtida por Lula no 1º turno em 2022 (48,4% dos votos) e a votação para a Câmara Federal obtida pelos nove partidos que o apoiaram (PT, PCdoB, PSOL, PSB, PV, Rede, Avante, Solidariedade e PROS), suficiente para eleger apenas 121 deputados federais (23,6% do total).

Mesmo acrescida dos 18 deputados eleitos pelo PDT, a bancada de esquerda e centro-esquerda somou apenas 139 parlamentares (27,1%). No Senado, foi ainda pior: esses partidos somam apenas 16 cadeiras (19,8% do total). Para ampliar sua base no Congresso, Lula se viu obrigado a incorporar no governo dois partidos grandes – o MDB, cuja maioria o apoiou no 2º turno, e o PSD, que ficou dividido, no muro.

Embora os 26 senadores do PSD/MDB lhe dessem uma ligeira maioria de 42 parlamentares, os 86 deputados de ambos, somados aos 139 iniciais, resultavam numa base de 225 parlamentares na Câmara, 32 a menos do que os necessários 257 para constituir maioria. E Lula teve que buscar ampliar ainda mais sua base.

Dessa forma, foi atrás do União Brasil (UB), PP e Republicanos, o “coração” do Centrão, aos quais ofereceu ministérios, órgãos federais e vultosos recursos em emendas parlamentares. Em tese, estaria trazendo 149 deputados federais, formando uma robusta maioria na Câmara (374 parlamentares, ou 73% do total) e 17 senadores, ampliando a maioria no Senado para 59, ou também 73% do total. Em tese!

Ocorre que quando ocorrem votações de projetos de interesse do governo, essa maioria vira minoria. Na última semana, o governo sofreu duas fragorosas derrotas. Na apreciação do veto de Lula à absurda lei do Marco Temporal aprovada pelo Congresso, a maioria se esvaiu. Foram 321 votos na Câmara pela derrubada do veto e apenas 137 favoráveis. No Senado, 53 a 19. Dos 374 deputados “da base”, pífios 78 votaram com o governo. No Senado, apenas 13 dos 59. Só não houve voto pela derrubada do veto no PT, PSOL e PCdoB. Até nos próximos PSB, PV, PDT, Avante e Solidariedade foram 16 votos na Câmara contra o governo (de 50) e 4 no Senado (de 7).

Mas foi no maroto Centrão (UB/PP/REP) – que integrou o desgoverno Bolsonaro e que defendeu sua reeleição – e nos ecléticos MDB/PSD, que a “porca torceu o rabo”. Dos 235 deputados desses partidos, o governo contou com o voto de míseros 24 (10%). Nada menos que 183 (78%) marcharam com a “minoria” e ajudaram a oposição a derrotar o governo. Até o ministro da Agricultura se prestou a isso. Outros 28 se ausentaram. No Senado, dos 43 senadores dessas cinco legendas, o governo contou com apenas 8 votos, e 28 se alinharam com a oposição.

O veto de Lula às espúrias desonerações fiscais sofreu derrota ainda maior: 378 votos pela sua derrubada na Câmara e 60 no Senado. Membros do governo tentaram atenuar o constrangimento comemorando com ufanismo a aprovação da reforma tributária. Mas não há o que comemorar, pois ela saiu ao gosto dos conservadores, não vai muito além de uma simplificação e racionalização tributária, em praticamente nada alterando a imensa regressividade de nossa estrutura tributária.

O governo espera contar com os votos do Centrão quando forem votadas as tributações sobre lucros e dividendos da pessoa física, juros sobre capital próprio e grandes fortunas? Algum palpite?

Em 1972, Vinícius de Moraes e Toquinho compuseram Regra Três, em que diziam “porque você, rapaz, abusou da Regra Três, onde menos vale mais”. Meio século depois, ocorre o inverso no governo Lula 3, onde mais vale menos. Ou seja, a maioria é minoria. Só nos resta perguntar: Base! Que base?

Compartilhe essa notícia:

Picture of Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Colunas

Orlando Pontes

Orlando Pontes

Administração de Taguatinga terá novo endereço

Caroline Romeiro

Caroline Romeiro

Por que a nutrição virou protagonista no futebol?

José Matos

José Matos

Parábolas para mudar a sua vida – I

Carlos Alenquer

A grande depressão e a comida jogada fora

Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

O coração do mundo

Chico Sant'Anna

Ferrovia 3 em 1 para ligar Brasília ao Entorno Sul

Tersandro Vilela

Tesandro Vilela

Cresce uso da IA por estudantes brasileiros

Júlio Pontes

Júlio Pontes

“Lá no céu de Brasília estrelas irão cair”

Últimas Notícias

Famílias selecionadas para o DF Social têm até quinta (25) para abrir conta no BRB

23 de setembro de 2025

Seminário jurídico debate novo marco legal dos seguros

23 de setembro de 2025

Administração de Taguatinga terá novo endereço

22 de setembro de 2025

Celina Leão participa da abertura dos Jogos dos Institutos Federais

22 de setembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram
Brasília Capital

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão Impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.