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Economia

Infraero 50 anos: o sonho acabou?

  • Redação
  • 31/05/2023
  • 10:45

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Eduardo Monteiro (*)

Naquele longínquo 31 de maio de 1973, o Brasil navegava em clima de milagre econômico, embora vivesse o pesadelo da ditadura instalada pelo golpe militar de 1964. E a Infraero dava o ar da graça. Criada para administrar os aeroportos do País de maneira comercial e operacional mais moderna, a empresa recebeu, no mesmo ano, sua primeira unidade: o aeroporto Internacional de Brasília e, em seguida o de Ponta Pelada, no Amazonas.

À época vinculada ao Ministério da Aeronáutica, a sede se estabeleceu no edifício Chams (mais tarde, Infraero), no Setor Comercial Sul de Brasília. O comando da estatal foi confiado ao tenente-brigadeiro do Ar Hélio Costa, que já estava na reserva, mas tinha atuado em organismos internacionais de aviação civil, inclusive na ICAO – órgão máximo de regulamentação mundial do setor aéreo.

Bonachão, fala mansa e educadíssimo, Costa priorizou a formação e qualificação profissional como diferenciais de gestão. Assim, ainda em 1973, foi formada a primeira turma de administradores de aeroportos, no Campo dos Afonsos, no subúrbio carioca de Marechal Hermes. Muitos desses administradores fizeram carreira e alguns chegaram a ser diretores e superintendentes regionais.

Em  junho do ano seguinte, a empresa recebia mais 13 aeroportos. Entre eles o de Curitiba, pioneiro no manuseio e armazenagem da carga aérea, que viria a ser, por muitos anos, atividade da principal receita da empresa, com índices superiores a 50% do faturamento.

Dos anos 1980 ao final da década de 1990, a Infraero viveu seus anos de glória, chegando a administrar 67 dos principais aeroportos nacionais e cerca de 130 estações de apoio à navegação aérea, por onde circularam 94,6% do nosso tráfego aéreo. Sem contar com a administração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, importante centro de excelência científica e tecnológica.

Foram administrações exitosas que priorizaram a melhoria continuada da prestação de serviços, implantando um ousado programa de qualidade e certificando processos em quase todos os aeroportos com a ISO 9001 e 14000, seguindo os mais altos padrões de normas internacionais.

Em 1997, seguindo os índices médios de crescimento da aviação de 8% ao ano, passaram pelos aeroportos brasileiros 55 milhões de passageiros, foram movimentadas 1.28 milhão de toneladas de carga e um faturamento anual acima de R$ 1,3 bilhão. A empresa chegou a gerar 10 mil empregos diretos e mais de 10 mil terceirizados, consolidando-se como a maior empresa de administração e operação de aeroportos do mundo ocidental.

A consolidação do know-how na administração de aeroportos propiciou à Infraero a condição de noiva cobiçada. Por diversas vezes, iniciou tratativas para prestação de consultoria e/ou parceria internacional, realização compartilhada da feira internacional FIDAE, que, à época era a segunda maior feira de aviação do mundo, fatrás apenas de Le Bourget, na França.

Só para citar mais um caso, a AENA, espanhola congênere da Infraero, que ganhou recentemente a questionada concessão para administrar 11 aeroportos no Brasil, inclusive Congonhas-SP, nos anos 1980/90 administrava 8 aeroportos em seu país, e seus executivos e executivos de outros países também buscavam a Infraero, propondo parcerias para projetos conjuntos na América Central e na África.

Por muitos anos a empresa foi orgulho dos funcionários de aeroportos, não só os da Infraero, mas os das companhias aéreas e dos demais órgãos que atuam na minicidade conhecida como aeroporto. Fato é que o modelo dinâmico e austero de gestão concedeu à empresa uma blindagem temporária invejável.

Mas falar de aviação sem citar turbulências é algo mais que improvável.  E elas vieram. Em setembro de 2006, o Boeing 737-800 da Gol, que voava de Manaus para Brasília, foi atingido em pleno voo por um jato Legacy. Em julho de 2007, mais um acidente comoveu o mundo. Um avião da TAM derrapou na pista do aeroporto de São Paulo, bateu em um prédio e causou 199 mortes.

Para completar, o escândalo do Mensalão chegava ao portão de embarque com check-in feito.  O caos aéreo estava estabelecido. O apagão da aviação atingiu em cheio e foi determinante para abater a Infraero em pleno voo. A partir de 2011, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, puxou a fila de uma série de privatizações, confusas e controversas. Além de outros episódios menos significativos que se sobrepuseram.

Independentemente de qual seja o destino da Infraero, é necessário que essa história, repleta de capítulos incríveis, tanto quanto desconhecidos do grande público, seja contada satisfatoriamente.  Eu, por exemplo, embarquei nela em outubro de 1980 e preferi buscar outros rumos em 2001. Mas jamais esquecerei esse sonho.

A empresa que fez tanto sucesso, poderá ressurgir das cinzas, à moda Fênix, ou se reinventar, quem sabe voltando às suas origens e atuando no fortalecimento da aviação regional, promovendo a integração, gerando empregos e atuando como propulsora do desenvolvimento das comunidades que abraçam os aeroportos Brasil afora?

Esta é uma sinalização já feita pelo governo do presidente Lula e que enche de esperança todos aqueles que um dia voaram no sonho de uma grande empresa brasileira de administração de aeroportos.

(*) Jornalista, documentarista e produtor cultural

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