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colaboradores, Mundo, Política

Pyotr Stolypin, o herói de Putin

  • Júlio Miragaya
  • 01/03/2023
  • 07:00

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Diga-me com quem andas e te direi quem és! Se substituir a primeira parte da frase por “Diga-me quem admiras”, também te direi. Bolsonaro tem como sua referência o torturador Brilhante Ustra e é o que é. Em comemoração ao 1º aniversário da invasão da Ucrânia por tropas russas, o presidente Putin, em discurso na Duma, o parlamento russo, exaltou a figura de Pyotr Stolypin como grande patriota e estadista.

Quem foi Pyotr Stolypin? Como governante da província de Saratov, ele ganhou notoriedade pela forma violenta como combateu operários e camponeses durante a Revolução Russa de 1905. Performance que fez o Czar Nicolau II convidá-lo para o cargo de Primeiro-ministro em 1906. Assumindo em abril, três meses depois dissolveu a 1ª Duma, fechou sindicatos e suprimiu a imprensa operária.

No ano seguinte, dissolveu a Duma pela segunda vez e na convocação da 3ª Duma estabeleceu regras que praticamente restringiu à nobreza e à burguesia os assentos no parlamento. Nos seis primeiros meses como primeiro-ministro, levou a julgamento sumário e executou 1.040 revolucionários. Em cinco anos este total superou os 3 mil, a maioria bolcheviques.

Enquanto milhões de camponeses reivindicavam o acesso à terra, sua política agrária consistiu em favorecer os proprietários da nobreza e os camponeses mais ricos (kulaks), levando à ruína milhares de comunidades camponesas, forçando o deslocamento desses em longas viagens de trem (os famosos “vagões de Stolypin”) para ocupar terras na Sibéria e na Ásia Central, habitada por povos não russos. Este foi Stolypin, a referência política de Putin.

Putin tem recorrido ao nacionalismo vulgar e se apresentado como o grande defensor da pátria russa e polo de resistência ao imperialismo norte-americano para angariar apoio interno. E parece ter conseguido também apoio externo. Em recente live, o dirigente do PT-DF Afonso Magalhães defendeu a incorporação à Rússia das ditas “repúblicas populares” do Donbass e dos oblasts de Kherson e Zaporizhia, dizendo que se trata de um projeto de integração como o foi a URSS. Disse ainda que tudo isso é expressão da luta de classes e que a Rússia ainda tem uma base social soviética.

Ora, uma coisa é um possível direito à emancipação do Donbass e dos oblasts da Ucrânia meridional, onde há milhões de habitantes de etnia russa convivendo com outros milhões de ucranianos. Outra coisa é – diferentemente da Criméia, que é majoritariamente russa – incorporar essas regiões à República Russa. Este é o projeto da Grande Rússia, da russificação de povos vizinhos. Este foi o projeto da monarquia czarista, do regime de Stálin e é o atual projeto dos oligarcas.

Ademais, não há nada que lembre luta de classes nas ações de Putin e tampouco a Rússia atual tem uma base social soviética. Para os que veem em Putin algum traço progressista, é bom lembrar que ele foi um agente da KGB extremamente oportunista, que junto com Gorbachev e Yeltsin aproveitaram a debacle da União Soviética e promoveram a restauração capitalista, transformando egressos da burocracia nos oligarcas de hoje, se apoderando da propriedade estatal.

Putin repudia tudo que lembra a Revolução Russa e o regime dos sovietes. Não por acaso, quando corretamente associou o governo Zelenski e grupos paramilitares ucranianos aos valores nazistas, não fez uma única referência à resistência e a derrota imposta às tropas nazistas pelo Exército Vermelho Soviético. A atual Duma reacionária em nada lembra os sovietes democráticos dos anos iniciais da Revolução Russa, antes da ascensão de Stálin.

Claro que a responsabilidade pela guerra não é somente de Putin. Seu estopim foi o golpe do Euromaidan, em 2014, que derrubou o presidente ucraniano Viktor Yanukovych, seguido da provocação dos EUA, da OTAN e de Zelenski, rasgando os acordos de Minsk e encetando a entrada da Ucrânia na OTAN.

Sim, a Ucrânia tem sido usada como bucha de canhão pelo Ocidente para derrubar Putin e instaurar na Rússia um governo pró Ocidente (como feito em 2014 na própria Ucrânia), retirando-a da esfera de influência da China. Mas isto não pode justificar apoio incondicional às ações de Putin, chefe dos oligarcas.

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